quarta-feira, 29 de junho de 2011

24º Capítulo - O final da noite

- Mas ele aleijou-te Mariana, falou mal da minha família, não podia deixá-lo.
- A violência não resulta em nada...
- Eu sei Mariana, eu sei minha princesa. – diz com algum arrependimento aparente na voz. - Mas ele já há muito que me provoca, aquela arrogância e aparente superioridade enerva-me. – diz Pedro enquanto os dois iam subindo as escadas para o escritório. - Não podia passar uma esponja e esquecer tudo o que ele tem dito até hoje. De manhã tratou-te mal e fez o mesmo agora. Ele é um estúpido com toda a gente, não me controlei e fui-lhe às trombas. – Admite Pedro enquanto abre a porta do escritório e logo se senta no sofá.
Mariana permanece em silêncio quando entra no escritório. Apressa-se na procura de elementos para a poder curar as feridas da luta. Depressa lhe põe uma toalha no nariz para parar com a hemorragia.
- Mariana? Desculpa se te desiludi de alguma forma, esse teu silêncio não é normal.
Mariana continuava sem responder e com um ar pensativo.
- Mariana?? O que se passa? – diz aproximando-se de Mariana. – Estou a falar contigo Mariana! – diz pegando-lhe na face.
- Ahm? O que estavas a dizer? Oh, desculpa Pedro, não estava com atenção ao que estavas a dizer. – diz acarinhado a face de Pedro.
- Mariana, agora já estamos sozinhos. Podes-me dizer o que se passa contigo. Estou preocupada desde que entrei no bar e te vi com uma carinha triste, não me mintas.
- Pedro, é complicado explicar isto. – de repente começa a lacrimejar. – Oh pah, que chatice. Já não chorava por causa disto há muito tempo.
- Mariana? Ai, agora vais ter de explicar, estou mesmo preocupado.
- Pedro, lembraste do que te contei sobre a minha relação com o meu ex-namorado. Aconteceram muitas coisas depois do que ele me fez. Ele perdeu totalmente a cabeça, só fazia porcaria da grossa e cometeu grandes erros que o levaram a um julgamento muito penoso, ele já deveria estar na prisão há muito tempo, mas bem sabes como anda esta justiça.
- Mas o que ele fez? Ele fez-te mais alguma coisa? – diz preocupado
- Não, hoje não. Depois de me ter agredido, o que não foi o mais grave, meteu-se num gang lá no Porto. Começou a assaltar pessoas, pequenos comércios na Ribeira do Porto e, por fim, mas não o pior, assaltou um banco.
- O que foi o pior? – pergunta espantado.
- Durante esse assalto, ele acabou por ferir uma mulher grávida que perdeu o filho e acabou por morrer. Depois disso, andou fugido durante uns tempos. Foi aí que tive novamente contacto com ele, infelizmente.
- Como assim, infelizmente?
- Bem, ele apareceu na vila e eu até estava no café, apareceu lá e quis-me levar dali à força toda, eu até estava com a prima dele, a Andreia, a minha menina. Mas como toda a gente lá no café sabia da situação, ninguém me deixou sair de lá. A Guarda acabou por aparecer e ele foi preso. Contudo, anda a ser julgado há mais de um ano e nada feito.
- Bem, a tua vida dava um filme princesa. – diz aproximando-se de Mariana.
- Oh, nem me digas nada. Sabes o que é pior? É que…
- É que o quê Mariana? Não me escondas nada. – diz com receio do que ela pudesse dizer.
- É que ele continua em liberdade e continua a gostar de mim, um amor possessivo. Já não aguento com tudo o que ela ainda me faz. Ainda no outro dia recebi uma carta dele a dizer “ ODEIO-TE DE TANTO TE AMAR!”
- E tu, Mariana? Continuas a gostar dele é? – Diz desmoralizado.

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