Mas, em vez de se entrelaçarem num profundo beijo romântico, acabam por se interromper mutuamente. Pedro acaba por beijar Mariana na testa. No fundo, ambos sabem que é cedo de mais para demonstrarem o que sentem, partindo para algo mais sério. Já partilharam muito um com o outro, é verdade, mas concordam que é melhor, por enquanto, permanecerem no terreno da descoberta mútua.
- Bem, é melhor irmos andando não? – diz Mariana ainda meia atrapalhada com o que se tinha sucedido.
- Mariana, desculpa. A sério. – Diz Pedro com algum nervosismo denotado na sua voz tão doce.
Pedro subia agora, com algum sentimento de culpa, para a sua mota e dava o capacete a Mariana.
- Onde me vais levar, ehm?
- É surpresa! Estou a pensar aí numa coisa bem porreira!
- Huummm, surpreende-me então Pedro.
Partiram em viagem. Mariana agarrava Pedro, o braço esquerdo circundava a parte abdominal e a sua mão direita era capaz sentir o bater do coração, o seu cabelo pairava no ar e conseguia sentir o odor. Embora diversos sentimentos e questões passavam na sua cabeça, conseguia reparar no quão era tão espantosa a cidade de Lisboa. Não conseguia deixar de pensar no que se tinha sucedido anteriormente. Pensava para com os seus botões “Não vou esconder que me sinto muito bem com ele. A verdade é que ainda é muito cedo para começarmos algo sério embora já tenhamos partilhado muito entre nós. Por isso, não me posso impedir de nada!”. Neste momento Pedro sentiu um aperto enorme, Mariana abraçava-o com a maior força que tinha!
Quando chegaram à margem do Tejo, Pedro decidiu parar junto ao Vasco da Gama.
- Então? Que te parece ficarmos por aqui?
- Parece-me muito bem, pois nunca visitei este lugar.
- Bem, vou levar-te ali a um sítio muito bonito.
Então, foi agora que Mariana pegou na mão de Pedro. Ele olha-a como se lhe perguntasse “ É isto que queres, de certeza?” Mariana acenou somente com a cabeça, dizendo-lhe que sim. Puseram-se, então, a caminho da estátua dos descobrimentos, sempre de mão dada e a olharem um para o outro.
- Bem, é ali! Que te parece Mariana ficarmos pela esplanada, almoçarmos qualquer coisinha aqui à beira rio? – diz-lhe piscando o seu olho esquerdo.
- Pedro, é como tu quiseres. Hoje estou por tua conta!
Mariana e Pedro sentam-se na esplanada e logo de seguida são atendidos pelo empregado.
- Boa tarde, Pedro e companhia. – diz entregando a ementa a ambos, de seguida cumprimenta Pedro com um aperto de mão e beija a mão de Mariana.
- Boa tarde, Manel. Mas vah, não abuses ó playboy!- Diz Pedro com graça e de seguida riem-se os dois.
- Mas antes de deixar de abusar, deixe-me perguntar o seu nome.
- Olá Manel, eu sou a Mariana!
- Devo dizer-te que a senhora que te acompanha, é muito bonita! – diz Manel a Pedro. De repente aproxima-se do ouvido e segreda-lhe uma coisa.
- Ó manel, és bem doido! – rindo-se os dois em seguida – Mariana, confias no meu bom gosto?
- Bem, espero que essa pergunta não tenha ratoeira. Mas sim, confio.
- Então Manel, traz-nos uma lasanha que só tu sabes fazer!
- Vah, diz-me o que ele te disse!
- Disse-me que tu és linda, que és uma boa escolha e que devo seguir em frente em relação a ti! – diz envergonhado.
- Huum, será?
- Claro, eu só te quero a ti Mariana.
- E eu a ti Pedro.
Admitiam enquanto, entrelaçavam as mãos, mas de repente Manel chega com os aperitivos.
-Ups, peço desculpa em interromper qualquer coisinha. – dizia Manel um pouco atrapalhado.
- Ó Manel, não interrompes nada! – diz Pedro. – Infelizmente – murmura. - Vah, como já é tarde e já não está muita gente para atenderes, não te queres sentar um pouco com a gente?
- Seria um prazer generoso Pedro. – diz sentando-se na mesa de Pedro e Mariana.
- Bem rapaz, que vais fazer hoje à noite? Já há bastante tempo que não vais para os meus cantos, podias aparecer por lá!
- Sabes como é, isto de agora me tentar tornar menino responsável dá nisto.
- Que mentiroso, menino responsável? – Ri-se à descarada Pedro.
- Bem sabes que o sou, agora! Já lá se vão os tempos das borgas até às tantas e as meninas atrás de nós e nós atrás das gatas. Eram bons tempos! Ainda te lembras quando fomos até Setúbal de bicicleta só por causa daquele concerto? Que moca nós tínhamos!
- Se me lembro! E as viagens no teu pintainho até ao Algarve no Verão? Puu, batíamos tudo! Já naquele tempos mexíamos naquilo!
Enquanto Pedro e Manel mantinham a sua conversa, Mariana olhava para Manel com alguma intriga, pois achava que o conhecia de algum lado.
- Pois mexíamos, agora assentamos a poeira da vida cosmopolita e é só trabalhar. Eu, tal como tu, trabalho todos os dias aqui no restaurante, aos fins-de-semana sou sempre convidado para ir actuar nalgum bar, não me dão muito espaço de manobra Pedro para fazer o que fazíamos.
- É bem verdade, já nada é igual. Temos de voltar a repetir Manel, brevemente!
- Bem me parecia que te conhecia de algum lado! – diz Mariana com algum entusiasmo. – Tu és o violonista de electrónica! Pfff, agora lembro-me, tu foste actuar umas quantas vezes na Andrómeda, e também já te vi a actuar num bar, no Porto! Na cidade onde vivo vi-te para aí umas três vezes, uma com as minhas amigas nos meus anos e as outras duas já não sei bem o dia. – Riram-se os três com a expressão da Mariana.
- Não sabia que vinhas de tão longe. És de onde Mariana?
- Mulher do Norte carago, Vila Real. Conheces?
- Manel? Anda cá, precisamos aqui de ti. – Interrompe a empregada do restaurante.
- Bem, eu já volto e quando voltar já trago o vosso almoço.
- Até já.
- Pff, não acredito nisto. – diz Mariana quando avista João a aproximar-se da mesa onde estava sentada com Pedro.
- Que se passa? – pergunta Pedro intrigado
- Não fales, não fales mesmo.
- Ahm?
adorei...
ResponderEliminarquero mais...
continua...
adoroooo!!!!
ResponderEliminarcontinua assim
Estou a adorar a tua fic ! A sério :D
ResponderEliminarAii que o João vai se chatear :/
Continua...
Beijinhos, Ana Sousa*