quarta-feira, 24 de agosto de 2011

35º Capítulo - A declaração Parte 2


Queridas leitoras peço imensa desculpa por não ter postado com mais regularidade. A inspiração e o tempo têm sido raros.Continuem a visitar e por favor comentem. 
 
Beijos enooooormes para todas. 
Ana Rodrigues*
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João passou os dedos seu dedo indicador pelos lábios de Mariana e cada vez mais se ia aproximando da boca dela, e por fim beijou-a. Por momentos, ficaram a trocar aquele beijo roubado por João, Mariana encontrava-se com as suas mãos encostadas no peito de João, conseguia sentir a batida forte do seu coração, e este tinha os seus braços a rodearem a cintura de Mariana. Por breves segundos, o coração de Mariana disparou, mas depressa empurrou João e deu-lhe um estalo.
- Que pensas que estás a fazer João? Oh pá, já te disse tudo o que tinha a dizer, não quero nada contigo. Estou tão bem com o Pedro e tu não podes estragar isso, João tu és o meu melhor amigo e também não quero perder tudo o que construímos até agora! – enquanto ela dizia isto João voltava a aproximar-se dos lábios de Mariana. – Não! Não João, não sejas ridículo! Larga-me! – Mariana pega na toalha enrola-se nela e põe-se a caminho da festa onde tinha ficado Inês e Guilherme.
- Mariana, Mariana não vás embora! Espera! – pedia João.
- Não João, nem te atrevas a vir atrás de mim! – Mariana continuou o seu caminho e João caiu na areia a chorar. – atreves-te a levar outro estalo e a ficar sem a minha amizade. Escolhe!
Agora Mariana falava para si própria, estava indignada com tudo o que tinha acontecido.
- Ele não podia ter feito isto, não podia de todo! – de tão depressa andar já se encontrava perto da praia onde tinham ficado Inês e Guilherme.
- Mariana? Mariana? Estou aqui amor! – dizia Inês chamando a atenção de Mariana.
- Inês! – diz Mariana aproximando-se dela. – Ainda bem que estás aqui! – diz abraçando-a com força começando logo de seguida a chorar.
- Amor? O que se passou? Porque estás a chorar? – diz retribuindo o abraço e fazendo-lhe pequenas carícias nos cabelos. – Bem, é melhor ir dar uma voltinha contigo. Tu não estás bem. Guilherme, nós já voltamos amor. – diz Inês despedindo-se de Guilherme com um pequeno beijo na boca. Depressa Inês tirou Mariana daquele lugar e foram dar uma volta pelas ruas à beira-mar e Mariana parava agora de chorar. – Bem, o que se passou querida? Foi o João, não foi?
- Foi Inês. O João veio outra vez com a conversa de sempre e atreveu-se a beijar-me.
- A sério? Bem, desta vez foi longe de mais. E tu que fizeste?
- Eu? Eu dei-lhe um estalo. Estou tão bem com o Pedro…Primeiro, depois da toda a conversa dele, não consegui resistir e acabei por corresponder ao beijo. Sim eu errei, amo o Pedro e não quero perder o que tenho construído com ele. Ele foi tudo de bom que me aconteceu neste ano.
- Acredito que sim amor. Mas olha, esquece lá isso. Amanhã, como sempre, o João vem pedir-te desculpas por tudo o que te disse.
- Sim eu sei, mas já estou farta destas coisas e ele vai ter de parar. Eu percebo o que ele sente mas ele também vai ter de entender que não vai dar. Ele é o meu melhor amigo e nunca o vou ver doutra forma.
- Eu percebo-te maninha! Ele hoje abusou da sorte, mas vais ver que tudo passa. Agora esquece isso.
- Pois, tem de ser. Olha amor, queres-me falar do julgamento?
- Não vais ficar triste pois não?
- Juro que não. Mas estou ansiosa, conta-me por favor.
- Bem mana, ele mais uma vez conseguiu adiantar, mais uma vez, o julgamento. Tem boas cunhas sabes bem e saiu em liberdade condicional mais uma vez.
            - E então? Mas para quando a próxima sessão?
            - Nem vais acreditar, para 5 de Março!
            - Estás a gozar?
            - Achas que ia brincar com uma coisa tão séria? A minha madrinha só chora, falei com ela por telemóvel. Estava destroçada, só quer que isto acabe, ele é, sem dúvida uma desilusão para ela. Tem imensa pena por tudo o que ele te fez sofrer e gostaria que quando fosses ao norte passasses lá por casa.
            - Ainda não me sinto preparada para tal. De certeza que ao entrar naquela casa me vai trazer as melhores recordações com ele e isso eu não quero. Sabes que sempre gostei muito da senhora Fátima e sei que ela sempre gostou de mim, mas sei que não vou conseguir entrar naquela casa.
            - E que tal tentares? Eu vou contigo, sabes que um dos passos para esquecer o passado é reconciliares-te com parte dele.
            - Eu bem sei disso, mas ainda é complicado para mim.
            - Pensa nisso Mary. Bem já são 7 horas da manhã, vamos ter com o Guilherme e vamos para casa.
            - Sim, vamos lá.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

34º Capítulo - Declaração


 Quando o carro se afasta Mariana lacrimeja um pouco e nem uma palavra diz enquanto não saiu da cidade de Lisboa. Quando parou de chorar, num instante limpou as lágrimas e de seguida insere um cd com músicas que tanto João como ela gostavam, a partir daí começou a cantar com João e a viagem correu lindamente. Entre risadas de anedotas e conversas sobre situações do dia-a-dia lá chegaram a Aveiro, era 1h da manhã. Depressa Mariana se apressou a ligar a Pedro e a Matilde para clarificar que estava tudo bem e que a viagem tinha corrido às mil maravilhas. De seguida liga a Inês:
“Amor? Estou à porta do apartamento do Guilherme. Onde andas? Ok, naquele bar de sempre? Ok, nós já vamos ter aí! Até já amor.” Seguiram em direcção ao bar a que costumavam ir sempre que estavam em Aveiro. Assim que chegaram foram logo bem recebidos por Inês e Guilherme e de seguida pelos amigos de Guilherme. Depressa se seguiram os brindes àquele e àquela, ao fim das férias e ao inicio das aulas. Sorrisos e boa disposição reinavam. “A noite vai ser longa!” admitia Mariana, já nem se lembrava que tinha que falar acerca do Diogo com Inês. A animação era demasiada para falar sobre isso.
- Maninha, gosto mais de te ver assim, com esse sorriso lindíssimo! – Dizia Inês abraçando-se a Mariana.

De repente um amigo de Guilherme lembrou-se que havia festa de despedida do Verão na praia da Torreira e depressa todo o grupo se encaminhou para lá. Estavam todos animados, a verdade é que já eram 4h da manhã e cerca de 15 garrafas de vodka já tinham sido bebidas, e não só, era cerveja, vinho do porto, safari, licor beirão, de tudo já tinha sido consumido. O grupo chegou à festa e instaurou logo a animação total. Todos dançavam e sorriam. 

Mariana já estava mal disposta de tanto beber e decidiu pedir a João para ir com ela dar uma volta com ela pela praia. O sol nascia daqui a nada.
Na praia, Mariana estava eufórica e um bocado animada depois de tudo que já tinha bebido até ali.
- Vamos tomar um banho ao mar, Joãozinho?
- Hey Mariana, tem calma. Estou cheio de sono! Já não me consigo levantar daqui!
-Eu sei, mas levanta-te. Quero mesmo molhar-me, estou cheia de calor!
Mariana abraçou-o e atirou-lhe com areia para a cara. - Anda lá molengão! Não me consegues apanhar, na na na na na! – dizia provocando-o.
Depressa João foi atrás de Mariana, despiu o casaco e a t-shirt, cheio de sono lá foi ele atrás de Mariana até à água gelada do mar.
-Fogo Mariana, está gelada! Só tu para me fazeres constipar! Ai tu às vezes não bates mesmo bem...A sério. – diz saindo de água de imediato.
- Precisava de mar, Joãozinho! Estou com um calor desgraçado.
- Mariana? Tu já não estás bem, o vinho caiu-te mal! Mariana, caso não te lembres, já não é Verão. Ai que nos vamos constipar! Mariana, anda embora, sai da água! – pedia João já quase fora de água.
- A energia hoje é natural, Joãozinho! Que rica água, huum que boa! – gozava Mariana atirando água para João.
Mariana depressa saiu da água, estava geladíssima. Não havia mais ninguém naquela praia, só Mariana e João, acompanhados pelo vento e pelo frio que se fazia sentir naquela madrugada. Mariana adorava a praia, em qualquer altura do ano, era irresistível. Desde pequena que passava férias na praia, a sua madrinha vivia em Viana do Castelo, por isso já estava habituada à água gelada. Depressa estendeu uma toalha gigante que tinha na sua mala, afinal na mala de uma mulher há de tudo, e deitou-se com João.

-Ai que sono, durmo já aqui! Não me levanto mais Mary! – dizia João sorrindo para Mariana.
Fecharam os olhos e ali ficaram enrolados na toalha a sentir o vento frio na cara. Mariana começava agora a rir-se.
-O que foi piolha?
-Eh pah, estou a ficar com frio! – Mariana encostou-se ao nariz de João - Tenho saudades de ser criança e quando brincávamos na tua casa. Brincávamos às corridas de carrinhos e tu me chamavas piolha, como ainda me chamas. Era tudo tão mais fácil!
- Também eu Mariana! Mas continuo a gostar de ti da mesma maneira! – Mariana enrolava-se agora no casaco de João.

- Fogo que frio!
- Anda cá! – disse João. Abraçou-se a Mariana e ali ficaram os dois deitados na praia abraçados. Quem os visse podia pensar que eram namorados. Mas não, eram amigos, muito amigos. A cumplicidade não tinha limites, desde bebés que se conheciam, davam-se muito bem. Conheciam tudo um do outro e quando Mariana fraquejava, ou João, apoiavam-se mutuamente. Depressa se sentaram e deixaram-se de se abraçar, mas continuavam de mãos dadas a olhar o mar. De repente, João olhou para Mariana e afastou-lhe o cabelo que insistia em tapar-lhe os olhos.

- Sempre namoras com o Pedro?
- Sim, e estou muito bem com ele Joãozinho. – diz com um sorriso enorme na cara. - Já há muito que não me sentia tão bem com alguém.
João ficou parado por momentos, abaixou a cara e encostou-a aos joelhos.
- Oh João, estás assim com tanto sono? Vamos para casa, já! – diz levantando-se da toalha.
- Quando é que percebes que eu te amo Mariana?! – diz agarrando-a de imediato no braço.
-Oh João? Nós já falamos imensas vezes sobre isto. Não me faças magoar-te Joãozinho! Sabes que gosto muito de ti, mas não da mesma maneira que tu. És o meu melhor amigo.
Ele agarrou-a na cara e falou bem perto dos seus lábios.
-Eu já te disse e volto a dizer Mariana, eu morro por um beijo teu. Eu posso perder tudo na vida, mas não te quero perder.
-Mas… Mas tu sabes que nunca me vais perder João! Mas já te disse várias vezes que…
-Nem digas mais nada, eu já sei o que vais dizer! -disse-lhe com algumas lágrimas nos seus olhos azuis.
-João eu sempre...
-Deixa-me acabar Mariana, senão não te digo tudo o que tenho para te dizer há anos! Eu amo-te desde miúdo Mariana. – Parou por momentos e olhava intensamente para Mariana. – Nunca, mas nunca te vou conseguir esquecer. Os teus olhos, a tua boca, o teu cabelo, a maneira como te ris. - Dizia enquanto delineava todas as partes da cara de Mariana. - Conheço tudo em ti Mariana, sei tudo de ti! E não quero que sofras de nenhuma maneira, queria-te ao pé de mim, queria-te poder beijar todos os dias. Mas não, não posso, só te posso ver, sentir-te por perto, mas nunca da maneira que tanto quero.
Mariana levantou-se do chão e disse:
- Fo***** João, queres-me matar? Eu sempre fui tua melhor amiga e não te quero magoar com o que sentes! Porque é que me dizes estas coisas? Queres-me fazer sentir culpada?
- Olha porque não aguento mais guardar isto tudo só para mim! Não consigo ver-te abraçada a outro qualquer, a beijá-lo e eu sem poder fazer nada! - Ele agarrou-a com força e abraçou-a. Nesse momento, Mariana sentiu um nó, olhou para os olhos brilhantes de João. Apetecia beijá-lo sim, mas não o amava, amava Pedro, de verdade. Mas o que ele lhe tinha dito, deixou-a de rastos, aquele amor que ele sentia por ela fê-la sentir tão bem, tão desejada.
-Não João! – diz empurrando-o.
Ele aproximou-se mais dos seus lábios, Mariana já sentia a respiração dele próxima e por momentos os seus lábios tocaram-se enquanto João dizia:
- Lembras-te quando brincávamos aos namorados no sótão lá de casa, com a Joana e o com Nélson? Lembras-te quando a minha priminha Diana nos perguntava se éramos namorados? Ficava feliz em pensar nisso e poder dizer que sim, em ser mesmo teu namorado. – fez uma pequena pausa enquanto afastou os cabelos da cara de Mariana. - Só quero sentir os teus lábios uma vez na vida, deixa-me ser feliz por um único segundo.
- João, não! Larga-me, por favor! – disse Mariana enquanto se afastava de João.
Os lábios deles por momentos afastaram-se, depressa João a agarrou no braço e puxou-a outra vez para junto dele. 

terça-feira, 2 de agosto de 2011

33º Capítulo - A despedida

Já se encontravam na praia. Os amigos já acenavam do local onde se estavam.
- Maaaaaaaaaaaaaaaaaaryyyyyyyyyyy! – gritava desafogadamente Maria. – Ó Maaaaaaaaaaaaaaaaaaryyyyyyyyyyyyyyyyy!!
- Meu amô, tô chegando! – gritava também Mariana deslocando-se lentamente na areia e de mão dada com Pedro. - Cadê o resto da galera? – dizia brincando e atirando-se para cima de Maria.

- Ai, miúda! Oh foram comprar gelados e o meu lá em casa a estragar-se. – dizia com cara triste.
- Ei não fiques com essa carinha Maria. Eu e o Pedro já lhe tratamos da saúde! – diz Mariana soltando uma gargalhada. – Estava óptimo, não estava Pedrinho? – diz dando um beijinho na testa de Pedro que já tinha estendido as toalhas e tirando a t-shirt. – Muito bem querido, gosto, gosto muiiiiito. – diz Mariana ao ouvido de Pedro quando lhe olha para os seus magníficos abdominais, lhe dá uma trinca no pescoço e depressa se apronta a tirar os seus calções e a sua t-shirt.
- Huuuum, já vi que sim. – depressa Pedro mira Mariana de alto a baixo como forma de deslumbramento. – Uau, que corpo princesa. – diz Pedro ao ouvido de Mariana.
- Halô, halô minha gente. – diz Matilde quando chegava perto dos seus amigos.
- Oi, oi minha  gata. – diz Mariana enquanto se levantava da toalha e dava um abraço a Matilde. – Já tinha saudades tuas.
- Estivemos à uma hora juntas parola.
- Oh, não impede que não tenha saudades.
- Mary, Mary, vejo que trouxeste a guitarra. – Diz Henrique quando a vê e deliciando-se com o seu gelado de caramelo.
- Sabes como é Henrique, vocês gostam eu trouxe. Arranjem uma música e eu toco já.
- Huuuum, ora deixa ver. Uma divertida.
- Vá, uma clássica. – dizia Mariana iniciando os acordes na guitarra.
Dunas, são como divãs,
Biombos indiscretos de alcatrão sujo
Rasgados por cactos e hortelãs,
Deitados nas Dunas, alheios a tudo,
Olhos penetrantes,
Pensamentos lavados.

Bebemos dos lábios, refrescos gelados
Selamos segredos,
Saltamos rochedos,
Em camara lenta como na TV,
Palavras a mais na idade dos "PORQUÊ"

Cantavam e riam todos os amigos, celebravam aquela amizade que já vinha de há muito tempo.

- Mary, Mary. Já há muito tempo que não ouvíamos essa tua voz. – Revelava Eduardo. – já tínhamos saudades minha querida. – diz dando-lhe um abraço é quando este pisca o olho aos restantes amigos. – MOCHE à Mariana! – saltavam todos os amigos, incluindo Pedro, para cima um dos outros e Mariana encontrava-se no fundo daquela confusão gritando de dor por todo o peso que os amigos faziam em cima dela.
- Aiiiiiiiiiiii, aiiiiiiiiiiiiiiiii. – queixava-se Mariana enquanto os amigos se iam desmobilizando. – Vocês querem-me matar? – e dá uma pequena gargalhada. – Que doidos pá! - ria Mariana enquanto o resto do pessoal ia desmobilizando-se.
Durante o resto da tarde foram diversas as conversas, as gargalhadas, as brincadeiras, as músicas e as fotografias. A paixão de Pedro e Mariana era evidente.
- Mariana? Princesa? – Dizia Pedro enquanto acariciava a sua face. – Vamos dar um passeio pela praia? – Mariana acena com a cabeça dizendo que sim.

- Meus amores, vou dar uma voltinha com o Pedro. Já volto. – diz Mariana levantando-se da toalha.

Eram 18:30 horas, o sol começava a pôr-se e o vento já causava pequenos arrepios nos corpos destapados que ainda requeriam o sol de Verão, as tardes quentes. Mariana, com frio, agarra-se ao tronco de Pedro e dá-lhe pequenos beijos no pescoço e Pedro correspondia.


- Olha princesa, o sol já se está a pôr. Senta-te aqui do meu lado. – diz sentando-se na areia.
- Palhacinho do meu coração… - dá-lhe um beijo na boca e senta-se ao lado de Pedro e abraça-o. – Quero-te para sempre sim? – diz olhando-o nos olhos.
- Sim minha princesa. – abraça-a fortemente. E ali ficaram a contemplar o pôr-do-sol até perto das 19 horas.

Encaminhavam-se agora para perto dos amigos de Mariana, eles já estavam a arrumar as coisas.

- Já te íamos procurar. – dizia Matilde. – Vamos ali ao bar comer umas sandes e voltamos para casa para tomar banho e depois passamos pelo teu bar Mary.
- Ok ok meus queridos.
Assim o fizeram, a noite foi agradável e desta vez não ocorreram incidentes.
O resto da semana decorreu normalmente, Mariana aproveitava todos os segundos para estar com os amigos, afinal eram as últimas semanas de férias. Cheia de diversão com todos eles, durante a manhã trabalhava ia almoçar com o Pedro a casa dele e namoravam, a irmã mais nova já tinha chegado de férias de Inglaterra e adorou conhecer Mariana. À tarde acabavam por ir para a praia com os amigos de Mariana e as jantaradas com os amigos de Pedro não faltaram. À noite trabalhavam ambos até tarde e quando acabavam logo se aprontavam a estar um com o outro. A cada dia iam descobrindo cada vez mais um sobre o outro. Até que chegou Quarta-feira, Mariana fazia a mala com algumas roupas para levar para o Norte, Pedro observava-a sentado na cama dela com um olhar carinhoso, Mariana envergonhada aproxima-se dele e pergunta-lhe:
- Que se passa amor? – dá-lhe um pequeno beijo e senta-se no seu colo – Não olhes assim para mim que eu fico envergonhada.
- Sabes princesa? És linda! – acaricia a face de Mariana e dá-lhe outro pequeno beijo nos lábios. – E sabes que mais? Amo-te donzela!
- Oh – ruborizou - E eu também te amo ó palhacinho. – retribui o beijo e faz-lhe uma pequena carícia na face.

Mariana acabara a mala, já eram 18h, as malas de João também já estavam prontas. Os três direccionaram-se para o carro de João, pousaram as malas na bagagem e seguiram viagem até ao Bar DaVinci. Os outros amigos de Mariana ainda estavam na praia, iam jantar por lá e depois apareceriam mais tarde no bar para se despedirem dela. Mariana, Pedro e João acabaram por comer uma refeição leve no Bar onde ela trabalhava, eram 21h horas quando os seus amigos chegaram ao Bar e, como todas as noites anteriores, foi noite de muita alegria e de boa disposição. Estava na hora de partirem, eram 23h Mariana e João despediam-se de todos os seus amigos, os avisos de sempre, “Vão com cuidado, liguem quando chegarem…”, os avisos habituais de amigos “galinha”. João já tinha entrado no carro e Mariana estava agora à porta do bar abraçada a Pedro. Começava a sentir a distância que os ia separar durante aqueles dias. Pedro estava triste por Mariana se ir embora, ela abraçava-o com toda a força do mundo, tinha medo de o perder, até parecia que estava a adivinhar que ia acontecer alguma coisa.
- Não te esqueças de mim princesa. – pedia dando-lhe um abraço forte.
- Claro que não amor. – retribui o abraço – Amo-te! – dá-lhe um beijo forte e caloroso e dá-lhe a mão e ele acompanha-a até ao carro de João. Dão mais um abraço forte e beijam-se.

- Liga-me quando chegares. Vai mandando mensagens, não me deixes sem notícias tuas está bem? – pedia Pedro com saudade e alguma mágoa.
- Adeus meu amor. – entra no carro.
- Adeus princesa…
Mariana acena a Pedro e despede-se mandando-lhe um beijinho. 

domingo, 24 de julho de 2011

32º Capítulo - Encomenda inesperada

- Boa tarde.
- Bom tarde. Mariana Pereira?
- Sim, sou eu.
- Encomenda para si. Assine aqui.
- Ora bem, aqui está. Ok, obrigada.
- Obrigada. Continuação de boa tarde.
Mariana fechava agora a porta calmamente e aterrorizada, da mesma forma percorria o trajecto até à sala.
- Princesa, quem era? – perguntava Pedro quando via Mariana a entrar naquele estado. – o que se passa?
- É ele outra vez. Não quero acreditar.
- O que se passa?
Mariana pousava agora a caixa em cima da mesa da sala e sentava-se desmoralizada sempre a olhar para a caixa.
- Vais abrir?
- Sim, já é normal isto acontecer. Já não é novidade. É do Diogo de certeza.
Mariana pegava na caixa e começava a desembrulhá-la. Abria-a com cuidado. Pedro olhava fixamente para o interior da caixa. Era uma t-shirt azul, uma fotografia e uma carta. Mariana via a t-shirt com calma e pô-la de imediato de lado. Viu de seguida a foto e por último leu a carta.
“ Lembras-te da t-shirt? Foste tu que ma ofereceste no dia dos meus anos, lembras-te? Foi há dois anos, claro que te lembras. Sempre tiveste boa memória.
Lembras-te da foto? Claro que lembras, foi nesse mesmo dia e fomos de viagem para a Madeira.
Eras feliz comigo.
Amo-te Mariana.
Diogo Sousa
P.S.: Ainda espero uma visita tua! ”

Mariana ficava agora petrificada. Começou a chorar logo de seguida.
- Porquê? Porquê? Nunca mais acaba este pesadelo… - amarrou-se de seguida perante o peito de Pedro.
- Mariana? Minha princesa, não chores mais. Minha linda, quero-te com esse sorriso lindo e encantador. Não chores mais, um dia isso acaba. Mas nunca te esqueças que vou estar sempre do teu lado. – dizia fazendo carícias no cabelo de Mariana.
- Pedro, meu querido. Obrigada por estares comigo. – beijaram-se profundamente.
- Mariana, não agradeças. Quero-te bem!
- Adoro-te palhacinho. – disse Mariana aninhando-se no colo de Pedro. Acabaram por adormecer abraçados um ao outro ali no sofá. Já eram 16h e os amigos na praia começavam a ficar preocupados com o casalinho. Maria depressa entende que lhes devia telefonar para ver se tinha acontecido alguma coisa grave. O telefone de Mariana toca e ela ensonada não atende. Pedro começa a tentar acordá-la.

- Princesa, olha o teu telemóvel.
- Ahm? – dizia barafustando enrolando-se de novo no tronco de Pedro.
- Princesa, vá lá. – diz pegando no telemóvel de Mariana que estava pousado em cima da pequena mesa ao lado do sofá. – É a Maria. Queres que atenda?
- hummmmm? Sim, sim.
- Está bem dorminhoca. – diz dando uma gargalhada. – Estou sim? Não, é o Pedro. Olá Maria. Sim, nós estamos bem. Não, não se preocupem. Nós adormecemos no sofá. Oh Maria, não interrompeste nada. – dizia sorrindo e olhando para Mariana. – Claro que vamos, ó Maria. Que filmes que andas a fazer, não se passou nada. Calma, só vou tentar acordar a Mariana e já aparecemos aí. Sim, sim. Até já. – dizia desligando a chamada. – Vá, princesa vamos andando para a praia? Os teus amigos já andam a fazer filmes.

- Já é habitual. – diz resmungando – Oh pá, estava a gostar tanto de estar aqui aninhada no teu colo. – Pedro interrompe-a com um beijo carinhoso nos lábios.
- Por mim, ficava aqui todo o tempo. Tu e eu, para sempre minha princesa. Oh, adoro-te, sim?
- Sim, sim, sim, sim! – beijava-o a cada sim que proferia. – Vá, vou-me vestir e tirar a nódoa de gelado da tua t-shirt.
- Queres ajuda? – dizia com ar malandro.
- Hummmm, só se quiseres… - dizia piscando-lhe o olho. – Lavar a t-shirt! – Diz dando uma gargalhada. – Fica por aqui querido, eu já volto.
15 minutos e Mariana estava pronta.
- Vamos querido? – dizia Mariana apresentando-se com uns calções de ganga curtos e justos, uma t-shirt descontraída e umas havainas com salto.
- Vamos, vamos querida. Estás, woow. Estás linda.
- Hey, que exagero. Estou normal. Então, protector, máquina fotográfica, toalhas, ahm, e guitarra.
- Guitarra?
- Um grande amor, a música!
- Não sabia. Não me queres mostrar esses dotes?
- Oh oh, não é nada de especial, olha que canto muito mal. Mas pronto, eu mostro, mas depois não te queixes. – Mariana pega na guitarra, começa com uns pequenos acordes para afinar a guitarra e depressa começa a tocar e de seguida a cantar.

“Chest to chest
Nose to nose
Palm to palm
We were always just that close
Wrist to wrist
Toe to toe
Lips that felt just like the inside of a rose

So how come when I reach out my fingers
It feels like more than distance between us

In this California king bed
We're ten thousand miles apart
I bet California wishing on these stars for your heart for me
My California king”…
Cantava-a sempre olhando nos olhos de Pedro e sorrindo-lhe docemente.
- Tu cantas mal? Pufff, optimamente! Que lindo princesa! – dizia encantado.
- oh oh, claro que sim! – dizia com cara despreocupada. – Mas vá, vamos andando para a praia e lá canto mais. Sim? – diz beijando-o.