- Achas Pedro? Depois de tudo o que se passou? Ele é louco, um vândalo e ainda teve e lata de me querer raptar!
- Querer raptar? Como assim?
- Ele quando andava foragido tentou raptar-me, ainda me levou uns bons metros de arrasto pelo chão, mas eu gritei tanto que alguém me veio ajudar e acabou por não se concretizar. Nesse mesmo dia acabou por ser preso. E agora é o que se vê.
- E agora é o quê?
- Pedro, todos os dias penso no que ele me disse nesse dia quando a polícia judiciária o levou nesse dia para declarações. “Eu posso ir ao poço, mas tu virás comigo! Vou-te fazer sentir tão mal, que não terás espaço para respirar!”, e realmente não dá, todos os dias tenho chamadas de desconhecidos, já tive de mudar de número umas quantas vezes, recebo cartas dele e faz questão de me fazer chegar coisas de quando andávamos, ou objectos ou fotografias, com promessas de que me irei arrepender de tudo o que ele já passou. – começa a chorar.
- Oh Mariana, princesa, não chores!
- E sabes? Sabes o pior? – soluçava por entre as lágrimas. – Tenho medo de perder esta guerra. E agora que estou contigo e estou feliz, tenho medo de te perder com toda a merda que ele é capaz de fazer.
- Oh Mariana, eu nunca mais te largo! – diz envolvendo Mariana num abraço carinhoso.
- Tenho muito medo, muito medo de te perder. – diz olhando para Pedro e este limpa-lhe as lágrimas que corriam pela sua face e dá-lhe uma beijo na testa. - Ele só arma esquemas e é realmente muito perigoso, tem contactos que não lembra a ninguém. E só faz mal aos meus, nunca me atinge directamente. Uma vez mandou vandalizar a casa dos meus avós; já quase tivemos, eu e a Matilde, um grave acidente de carro porque ele decidiu tirar os travões ao carro da Matilde quando vínhamos da Andrómeda de uma festa de aniversário do filho do dono da discoteca; vandalizou a minha casa em Vila Real, a casa dos meus pais. – Começa novamente a chorar - Já bateu em amigos meus e amigas também. Ele só faz porcaria e tenho medo que este meu relacionamento contigo te venha a fazer sofrer, que ele te magoe, que ele te venha a fazer alguma coisa. Tenho muito medo de te perder.
- Mariana, não me vais perder. E agora que sei disso tudo, vou ter mais cuidado e é óbvio que não te vou deixar. Não o vou deixar ganhar assim tão facilmente. Na verdade, uma besta como ele, já devia estar lá dentro há muito tempo. Mas achas que ele vai continuar a fazer-te mal?
- Às vezes pergunto-me como pude eu andar com aquele monstro, porque sim, ele é um monstro. É claro que sofro com toda esta situação e só vou deixar de me preocupar quando ele morrer, porque só morto ele me vai esquecer e deixar de fazer mal a quem eu amo, não a mim.
- Oh princesa, tudo se vai resolver. – diz limpando-lhe as lágrimas do rosto e beija-lhe suavemente a testa. - E eu vou estar sempre do teu lado, para continuar a construir este nosso amor. E, acima de tudo, proteger-te. – diz abraçando-a fortemente.
- Oh Pedro, adoro-te! – retribui o abraço e beijam-se com intensidade, mas depressa Pedro se queixa da ferida que tinha no lábio. – Ai ai desculpa Pedro. Vamos mas é tratar disso. – diz esboçando um pequeno sorriso.
Mariana com cuidado vai tratando das feridas que Pedro apresentava no rosto. Ficam um bocadinho no escritório a conversar e aproveitar o momento para partilha de carinhos. Mas Mariana não se tinha esquecido de Sandra e pergunta a Pedro:
- E tu e a Sandra? Não me queres contar o porquê daquela insinuação lá em baixo? “eu bem sei que nunca me esqueces-te. Ainda não faz um mês que me ligaste, podre de bêbedo, depois do torneio de badminton, a suplicares para voltar para ti!”.
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