quinta-feira, 2 de junho de 2011

12º Capítulo - As revelações

- Bom dia Emily!
- Bom dia Mariana! – diz enquanto lavava a louça.
- Desculpa o atraso! – diz pondo mãos à obra e começando a secar a louça lavada.
- Oh não faz mal, comigo estás á vontade! Agora se tivesse cá o Rodrigo era mais complicado!
- Então porquê? Ele não gostou muito de mim, pois não?
- Deixa-o lá, ele é parvo. Ele nem dele gosta quanto mais dos outros!
- Uii, estou a ver que a vossa relação não é muito boa.
- Não, tudo por ele ser assim tão parvo! – Disse começando a chorar.
- Oh, então querida? O que se passa Emily?
- Ele não devia ser assim para mim, não devia!
- Queres desabafar Emily?
- Acho que é melhor falar, se não expludo com tanta angústia! Eu e ele namoramos durante algum tempo, mas ele traiu-me! Fui apanhá-lo com a outra vaca no nosso apartamento, no nosso apartamento.
- Vocês já viviam juntos?
- Sim, estávamos prestes a casar! Mas ele estragou tudo!
- Estavam prestes a casar?
- Sim, prestes a casar... – diz lacrimejando.
- Tem calma Emily! – Abraça-a.
- Sim eu já me acalmo…
- Mas porque estás assim tão fraca hoje?
- Porque ele chegou aqui de manhã bêbedo e começou a lamentar-se e a fazer cenas. – Chorava ainda mais. - Ai que nervos Mariana. Ele está sempre a fazer isto.
- Mas o que ele te disse para tu ficares dessa maneira?
- “Emily, eu continuo a amar-te. Não consigo viver sem ti. Por favor volta para mim!” e cenas destas. Eu juro que quero seguir com a minha vida em frente, mas não consigo assim desta maneira!
- E tu continuas a encarar com ele todos os dias, não deve ser nada fácil!
- Não Mariana, não é nada fácil. Mas mais dia, menos dia, eu vou embora daqui.
- Vais-te embora? – pergunta surpreendida.
- Sim, vou viver para Londres. Vou continuar o meu sonho, mas noutro lado. Na terra da arte.
- O teu sonho?
- Sim, quero tirar mais formação na área de artes performativas. Quero ser actriz, dançarina e cantora!
- A sério? Eu já te ouvi cantar ontem, e adorei!
- Obrigada, é o meu sonho! – disse Emily limpando as lágrimas e esboçando um pequeno sorriso.
- Espero que o consigas concretizar! Mas vais para lá sozinha?
- Obrigada, minha querida! A minha família vive toda lá. Eu nasci lá, mas aos 4 anos de idade vim viver para Lisboa com a minha mãe. Ela divorciou-se do meu pai quando eu era ainda bebé, e veio para aqui trabalhar. Trabalhou no consulado inglês durante muito tempo, casou novamente, teve duas meninas gémeas, a Ana e a Margarida, mas agora decidiu voltar para Inglaterra com as minhas irmãs e com o Luís, que é o pai do Rui e da Diana.
- O dono do bar?
- Sim, nós sempre nos demos muito bem. Ele é o irmão que nunca tive e a Diana é uma querida, e agora, já sou uma pseudo tia, ela já é mamã.
- Pois, o Rui saiu daqui todo apressado ontem porque já era tio.
- Sim, é uma linda menina vai-se chamar Sara, a Diana foi mãe bem cedo.
- Que idade tem ela?
- Ela tem 16 anos!
- 16? – diz com algum espanto.
- Sim, é a loucura da noite e engravidou. Saiu de casa, embebedou-se. Enrolou-se com um gajo qualquer que nem sequer sabe quem é. Nesse dia teve alta discussão com o pai e olha, foi no que deu.
- A sério? E ela nunca pensou em abortar?
- Ao princípio foi um drama para a família, mas ela é uma rapariga de ideias muito fixas, sofreu muito para ter esta criança, mas sempre disse que esta criança não poderia pagar por um erro que ela tinha cometido por falta de responsabilidade e nunca pensou em abortar.
- Mas deve ter sido complicado para ela ser mãe tão nova!
- Sim, o pai não aceitou nada bem tal acontecimento. O Luís é muito conservador, mas ele gosta muito da Diana e acabou por aceitar o que estava a acontecer, e aposto que quando vir aquela doçura mais logo quando chegar, vai ser um avô babado.
- Sim, uma criança traz sempre alegria a uma casa!
- Pois é. Foi muito complicado para ela passar por toda esta situação, mas agora já está tudo bem, e é o que interessa.
A sua conversa foi interrompida por uma chamada.
- É a minha mãe, eu já volto!
- Hello mum. 
 De repente chegava Rui ao café aos berros.
- Emily, Emily! Anda cá rápido! – gritava com grande exaltação. - Oh, bom dia Mariana! Tudo bem?

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