Mariana olha para trás, vê então Pedro, ali encostado à sua mota perto do seu prédio. Ruborizava então, quando o vira ali à sua espera.
- O que estás aqui a fazer? – pergunta surpreendida.
- Vim-te buscar. – diz aproximando-se de Mariana.
- Porquê maluquinho?
- Porque quis! – dando dois beijos na face de Mariana.- Anda! – Diz agarrando na mão direita de Mariana, e esta continuava admirada. - Pega o teu capacete. – dando o capacete para a mão de Mariana.
Enquanto se aproximavam da mota, Mariana encontrara Beatriz.
- Bom dia Mariana! Tudo bem?
- Bom dia Bia. Tudo e contigo?
-Está tudo bem. O que te aconteceu ontem? O Afonso e o Henrique andaram à tua procura, nem eu nem a Filipa estivemos cá ontem, fomos ao Norte tratar daquele problema, mas eles disseram-nos que tinhas desaparecido.
- Oh, não foi nada. Eu não desapareci. Mas eu depois conto-te querida. – disse olhando para Pedro.
- Bem, já vi que tens muito para contar. – olhando também para Pedro.
- Sim, sim. Agora tenho de ir.
Bia agarra-se a Mariana e diz-lhe ao ouvido:
- Tu atira-te! É giro ele, ehm? Depois contas tudo, quero saber tudo!
- Aparece no Bar DaVinci logo à noite querida.
- Onde é isso?
- Fala com eles miniminha, estou atrasada, desculpa. Xau. - Disse Mariana já afastando-se de Beatriz.
- Ok, então até logo Mary.
Ambas acenaram uma a outra.
- Os teus amigos pensaram que tinhas desaparecido?
- Sim, andaram feitos malucos à minha procura ontem à noite.
- Porquê?
- Porque eu desapareci de manhã e não disse nada durante horas. Eles ficaram preocupados e com razão.
- Desapareceste?
- Não foi bem um desaparecimento, eu estive de manhã com umas amigas minhas e depois fui embora e nunca mais aparecia. A culpa foi tua!
-Ai foi? Então porquê?
- Porque não consegui deixar de estar…contigo! – Disse Mariana ruborizando.
Riu-se, já em cima da mota, e disse:
- Sabes como é, eu sou assim, encantador… - diz com ironia. Vá, agora agarra-te bem, que ainda te quero levar a um sítio.
- Aonde? – Perguntou Mariana já na mota.
- Já vais ver. Não é muito longe daqui. – Esclareceu Pedro.
Durante a viagem Mariana admirava as ruas de Lisboa, nunca tinha passado por ali, também não estava ali há muito tempo, apenas tinha chegado há cerca de um mês. Estava de férias com os seus grandes amigos, que já lá estudavam. Concorreu este ano para o curso de Radiologia na Universidade de Ciências e Saúde para Lisboa. Iria viver, se tudo corresse bem, então com os seus amigos num apartamento de Matilde, que era relativamente rica.
- Já chegamos. – Anunciou Pedro.
Estavam ali, junto de um prédio em ruínas. Mariana ficou um bocado desconfiada.
- O que estamos aqui a fazer? – Perguntou Mariana.
- Eu sei que parece estranho, mas é aqui que quero construir um sonho que tenho desde pequeno.
Mariana ainda ficou mais intrigada com a situação.
- Quando tiver o curso acabado e algum dinheiro, quero comprar este prédio e construir uma escola de desporto com ginásio incluído.
- Parece-me bem. Que curso andas a tirar?
- Eu estou a estudar na universidade de ciências do desporto, a tirar o curso de Desporto, no 2º ano.
- Claro, que pergunta mais parva. Tu adoras desporto! – disse batendo com a mão na cabeça.
- Sim, é verdade. É uma das coisas que mais gosto de fazer. Ajuda-me a descontrair.
- Sim, eu também gosto de descontrair através do desporto.
- Queres entrar? Tem uma paisagem espectacular!
- Sim, vamos lá.
Entraram no edifício, estava muito degradado o seu interior, mas apesar disso Mariana conseguia detectar que a arquitectura era bonita e simples, com uns bons retoques ficaria lindíssima.
- Anda, é por aqui. – Disse Pedro agarrando a mão de Mariana, não a largando mais.
Chegavam agora ao topo do edifício. Mariana ficara espantada com tal vista. Via-se as sete colinas, o rio Tejo e ao longe o mar.
- Uau! Isto é lindo. – Disse Mariana ainda petrificada.
- É não é? Um dia trago-te cá ao final do dia. Aí é que vais cair para o lado! – Disse Pedro sorrindo.
- Mas tu sabes quem é o dono?
- Sim. É um irmão do senhor Filipe, um tal de Pedro.
- E tu conhece-lo?
- Sim, de vista. Às vezes aparece lá pelo café.
- Então? Tens de falar com ele.
- E pensas que eu já não tratei disso? Eu já falei com ele.
- E que disse ele?
- Não disse nada, ele não é nada simpático.
-Hey, olha as horas Pedro! Está na hora de irmos embora! – disse Mariana olhando para o relógio.
Saíram dali apressados, sempre de mãos dadas, Pedro pegou na sua mota e em pouco tempo já estavam em frente do “Bar DaVinci” . Mariana saiu da mota, tirou o capacete e disse:
- Obrigada! Logo passo por lá se puder. Ok?
- Sim, espero bem que sim. Mas vai dizendo alguma coisa por mensagem.
- Sim, não te preocupes.
- Almoçamos juntos?
- Sim! Aliás tens de me ajudar a conhecer isto, eu não sei onde é nada.
- Ok, então eu depois digo alguma coisa.
- Fico á espera! - Disse Mariana dando um beijo na face de Pedro.
- Até logo, Mariana.
- Tchau Pedro. – Disse Mariana já entrando no café.
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