quarta-feira, 25 de maio de 2011

7º Capítulo - O Part-time

             - Os meus avós são uns amores. É claro que estão sempre a ligar, mas estou com os meus amigos e eles confiam em mim. Mas não gosto nada de andar a gastar o dinheiro deles para borgas e saídas. Estou a precisar de uns trocos para me governar sozinha! – informa Mariana.
           - Ai sim? Eu conheço alguns lugares que procuram pessoas para um part-time, posso-te indicar alguns.
            - A serio? Estou mesmo a precisar! É que depois vem a Universidade e dava mesmo jeito. – esclarecia Mariana - Ufa, que calor! Isto cansa! – pousando o pano.
            - Calor? Então refresca-te lá! - Pedro molhou Mariana com a água do seu copo.
-Ai! Tu queres guerra? Então toma lá! - Mariana despejou a sua garrafa de água em cima de Pedro.
Começaram naquela pequena brincadeira. Uma brincadeira longa, onde ambos sorriam e por momentos esqueceram todos os problemas. Pareciam umas crianças naquela brincadeira sem fim.
Esgotados sentaram-se perto do balcão, um ao lado do outro, ali, no chão, todo molhado. Olhavam agora novamente nos olhos um do outro e sorriam.
- És bem maluquinho. – Disse Mariana passando a mão no semblante molhado de Pedro.
- E tu também! Já há bastante tempo que não me sentia assim tão feliz. – Assumia Pedro com um sorriso no rosto.
-Nem eu. A vida não tem sido nada fácil para nós. – Pronunciava Mariana olhando para Pedro.
-Pois não. – Confirmava Pedro enquanto afastava os cabelos molhados de Mariana dos seus olhos verdes. Aproximou os seus lábios da face de Mariana e deu um beijo bem doce na sua testa. Mariana ruborizou e com a atrapalhação, atirou a vassoura, que se encontrava ali do seu lado, ao chão.
-Bem vou lavar o chão. - Disse de imediato Mariana com alguma vergonha. Pegou na vassoura e começou a varrer o chão.
- Espera, eu ajudo-te. – Pegou Pedro na vassoura e tocou na mão de Mariana.
Mariana corou novamente e Pedro sorriu.
Depois de passarem o chão que estava todo molhado, Pedro foi tratar das coisas nas arrumações, enquanto Mariana procurava a sua mala.
-Pedro, não viste a minha mala? – Perguntou Mariana enquanto olhava à sua volta.
-Sim, está aqui dentro. – Respondeu de imediato Pedro ainda dentro das arrumações.
-Traz-ma, por favor. – Solicitou Mariana.
-Sim eu já a levo, estou quase a despachar-me. – Disse Pedro.
-Ok, eu fico á espera. Gosto do nome deste café!
-O senhor Filipe diz que este nome tem um significado especial para ele, há uma história por de trás do nome, mas ele não me conta.
- Eu gostava de sabê-la.
- Também eu…
Saiu das arrumações, mas agora com um visual novo. Sem a farda de trabalho mas sim com umas calças de ganga e uma T-shirt bem divertida.
- Vamos embora? Conheço um bar aqui perto, que precisa de uma empregada. Queres ir lá ver? Olha a tua mala.
- Sim, vamos lá ver. Obrigada! – Mariana tira o telemóvel da sua mala. – Meu, deus! Tanta chamada e mensagem.
Enquanto lia as mensagens e respondia, Pedro fechava a porta do café.
- Vamos? É por este lado. É já ali ao fundo. – Dizia agarrando a mão de Mariana.
- Sim, vamos. – dizia Mariana olhando para as suas mãos entrelaçadas com as de Pedro e muito depressa para o seu telemóvel.
Viraram a esquina e já estavam no café. “Bar DaVinci” 
- Parece-me bem o nome! – dizia Mariana com entusiasmo.
- Sim, é um bom bar e tem um bom ambiente e há música ao vivo todas as noites.
- Excelente!
Entraram e realmente o café tinha um bom ambiente. Um palco com vários instrumentos, um balcão enorme com pessoas a fazerem a sua refeição e doze mesas repletas de gente para verem as actuações daquela noite.
-Boa noite Emily! São dois cafés? – perguntava para Mariana.
- Sim, pode ser! – respondia Mariana.
- O Rui está? – perguntava Pedro.

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